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Volta às aulas e a proibição do uso de celular nas escolas

Veja dicas para implantar a nova regra e quais os possíveis impactos na educação e sociabilização

O retorno às aulas após as férias é sempre um momento de comemoração, mas também de readaptação dos/as alunos/as em uma nova rotina. Agora, esse desafio ficou ainda maior com a proibição do uso do celular dentro das escolas.

Com a entrada em vigor da lei nº 15.100/2025, confirmamos o quanto foi assertiva nossa decisão e como agora, com a obrigatoriedade, estamos à frente das escolas que vão passar pela adaptação dos alunos. Segundo os estudos divulgados pelo governo, o uso do eletrônico dentro da sala de aula impacta diretamente no aprendizado das crianças.

Entretanto, no âmbito social, os aparelhos podem até ajudar estudantes a se relacionarem e criarem vínculos mais profundos, quanto podem causar traumas oriundos de situações constrangedoras e cyberbullying. Depois de uma ampla discussão sobre o assunto, a lei foi sancionada no dia 13 de janeiro, proibindo o uso desses dispositivos em escolas públicas e privadas por todo o País.

Inclusive, conforme o projeto discutido na Assembleia Legislativa de São Paulo, que tem como autora a deputada estadual Marina Helou e coautoria de outros 42 parlamentares, o uso constante de celulares, durante as aulas, tem sido associado a uma diminuição significativa na capacidade de concentração e desempenho acadêmico dos estudantes, além de afetar a interação social.

A nossa experiência garante que é possível, com a implementação de algumas regras e normas, que crianças e jovens se adaptem à situação, com um pouco de estímulo para valorizar o lado positivo de estar em um convívio presencial mais intenso com professores e colegas.

Como acontece no IES essa prática

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No Instituto Energia do Saber, celulares e tablets se tornaram aliados do processo pedagógico no período da pandemia da Covid-19. Os equipamentos, oriundos de doações, possibilitaram que crianças e adolescentes em vulnerabilidade social atendidos pelo Instituto pudessem acompanhar aulas e se relacionar com as turmas por meio do EaD. Vale lembrar que, antes da pandemia, dispositivos já eram proibidos em salas de aulas, segundo o nosso regimento.

Com o fim da pandemia e o retorno da modalidade presencial do ensino, o corpo pedagógico do IES retomou uma velha discussão sobre o uso dos aparelhos celulares em ambientes escolares e em sala de aula. É evidente que a ferramenta apresenta uma vasta funcionalidade e pode ser utilizada como apoio e pesquisa em aulas. Porém, com a ideia de criar um ambiente escolar mais focado e minimizar possíveis distrações, optamos por liberar o uso do aparelho apenas para momentos necessários em que seja um apoio pedagógico.

Vale lembrar que a prática é permitida pela lei para fins pedagógicos e de apoio em atividades específicas, com a orientação dos/as professores/as.

Em um primeiro momento da restrição, houve resistências por parte dos/as alunos/as mais velhos/as, que geralmente estavam mais habituados com o acesso às redes sociais e outros aplicativos. O diálogo com estudantes e seus respectivos familiares facilitou a aceitação, pois compreenderam que a prioridade dentro da escola é o processo educativo e civilizatório.

Em contrapartida, as turmas mais jovens, de 6 a 11 anos, não tiveram muita dificuldade, uma vez que o processo pedagógico está sendo inicializado, dando os seus primeiros passos em interações com colegas de sala, aulas e avaliações, sem muito contato com este tipo de distração.

Importância participação dos pais, mães e responsáveis no processo

É importante que os pais, mães e responsáveis participem diretamente desse processo de retorno às aulas e “reeducação” dos/as estudantes para não usar o celular dentro da escola.

A parceria dos/as responsáveis com professores/as e educadores/as é fundamental para amenizar os impactos da proibição do aparelho e o diálogo dentro de casa vai contribuir para que esse “recomeço” de aula sem o eletrônico seja mais tranquilo e fluido.

Dicas para um diálogo aberto com estudantes e apoio nessa fase de transição

Para os familiares dos alunos/as:

  • É fundamental passar para os/as estudantes a importância de seguir as regras estabelecidas pela sociedade. Isso vale para o ambiente escolar e para vida profissional, pois independente de concordarmos ou não com uma lei, precisamos segui-la. Demonstre isso para seu filho.
  • Ter um diálogo aberto e transparente para explicar as motivações da proibição. Faça ele/ela entender que a medida é para o bem de sua qualificação e não o contrário.
  • Seja o exemplo, demonstre para os/as alunos/as que é possível ter um relacionamento saudável e equilibrado com os aparelhos celulares e você quem deve dominar a ferramenta e não o contrário.
  • Adote uma rotina mais participativa e balanceada entre tempo com seus/suas filhos/as e celular. Proponha atividades de lazer sem a presença do dispositivo.
  • Imponha limites sobre o uso do aparelho em horários estratégicos como refeições ou antes de dormir.
  • Acompanhe as páginas e os perfis que seguem, em algumas plataformas é possível colocar limitadores de conteúdo com base na idade do usuário/a.

 

Aos professores:

  • Para as turmas até 11 anos: A gamificação da educação e a edutainment são conceitos novos que simbolizam uma metodologia participativa e com toques de games e entretenimento, juntando a diversão com aprendizado.
  • Para as turmas a partir de 11 anos debater sobre a importância de se relacionar e sociabilizar sem os dispositivos eletrônicos, evitando o isolamento emocional.
  • Faça eles/elas perceberem o quanto é divertido ter um relacionamento presencial com colegas, professores e que o mundo real também é interessante e cativante, tanto quanto ou mais que o mundo virtual.
  • Sugira atividades que estimulem interações presenciais como oficinas manuais, trabalhos em grupos ou atividades ao ar livre
  • As atividades de escrita manual ajudam os/as estudantes a inibirem os vícios da escrita digital, com corretores automáticos, fazendo com que algumas regras gramaticais sejam esquecidas ou ignoradas.
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Nomofobia: você sabe que é possível ter abstinência de aparelhos celulares?

Como explicitamos anteriormente, os celulares estão cada vez mais presentes na nossa vida pessoal. Todavia não significa que não há uma possibilidade de que essa relação entre pessoa e aparelho seja de total positividade.

Em casos mais extremos observados em estudos da Aperj (Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro), o uso demasiado do aparelho pode criar uma espécie de abstinência. Nomofobia foi o nome dado ao termo, derivado da expressão inglesa “no mobile phone phobia”, descreve a ansiedade intensa que é possível sentir ao perder o acesso a dispositivos móveis.

Do mesmo modo que uma doença apresenta sintomas e/ou indicativos, a nomofobia também apresenta sinais, embora tênues, a serem observados na relação dos usuários com seus aparelhos celulares. Preocupação excessiva, ansiedade e pânico, verificação constante e a priorização do uso dos aparelhos em detrimento de outras atividades podem evidenciar que o hábito se tornou compulsivo e excessivo.

Sobre o Instituto Energia do Saber

O Instituto Energia do Saber é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2017, com objetivo de buscar o desenvolvimento institucional e a sustentabilidade do Colégio Plenitude e do Projeto Saber para o Futuro, com iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, por meio da educação, cultura, empreendedorismo e esporte.